domingo, 24 de junho de 2012

As quatro estações em uma só paisagem

O que se significa alegrar-se ao longo da estrada da vida?

A existência reserva muitas surpresas: há momentos em que fracassamos em um trabalho no qual estávamos totalmente empenhados. Em outros, somos incompreendidos ou nos sentimos circundados de inimigos. Podemos nos sentir à beira de um abismo, por termos perdido esposa, maridos ou filhos. Ou então conhecer o desespero de uma doença incurável, ou de não ter o que comer. Por outro lado, às vezes estamos tão extasiados que acreditamos poder tocar o arco-íris com a ponta dos dedos. Quanto mais mudanças de paisagens houver, mais interessante é o percurso. Desse modo é a viagem da vida. É importante  não ficarmos condicionados. Precisamos aprender a observar a paisagem e apreciar cada etapa do caminho.

O Mestre Dôgen escreveu no Tenzô Kyôkun: "A Grande Mente é imparcial e independente como uma grande montanha ou um vasto oceano. Quando levar algo que pese poucos gramas, não pense que é leve. Da mesma  maneira, ao levantar um peso de muitos quilos, não pense que é pesado. Quando ouvir a voz da primavera, não se exalte. Se vir as cores do outono, não se deprima. Observe as quatro estações como uma cena integral, uma paisagem completa".

"A voz da primavera" simboliza as condições favoráveis, enquanto "as cores do outono" assinalam os momentos adversos.

Quando nos acontece alguma coisa triste, perdemos a calma, buscamos fugir, o entusiasmo nos abandona e perdemos a coragem. Por outro lado, quando nos encontramos em situações propícias, nos gabamos, cheios de arrogância, pensando que somos superiores. A boa sorte pode nos embriagar. Mas Mestre Dôgen dizia que precisamos sempre observar as quatro estações como uma cena completa, pensando que tanto a felicidade quanto a infelicidade compõem uma única paisagem. Devemos apreciar ambas, sem perder a calma. A natureza, como a viagem da vida, prossegue sem levar em conta nossas pequenas preocupações pessoais, nossos problemas medíocres e mundanos.

(Shundo Aoyama Rôshi - Para uma pessoa bonita - contos de uma mestra zen)

domingo, 17 de junho de 2012

Sem deixar rastros

"Ao fazer alguma coisa você deve se consumir completamente, como uma boa fogueira, sem deixar rastro de si próprio."

Quando praticamos zazen, nossa mente está calma e livre de complicações. Porém, normalmente está muito ocupada e emaranhada, e é difícil concentrar-se naquilo que se está fazendo. Isso acontece porque antes de agir pensamos e esse pensar deixa rastros. Nossa atividade fica ofuscada pela sombra de uma ideia preconcebida. O pensar não só deixa rastros ou sombras, também nos dá muitas outras noções sobre diferentes atividades e coisas. Esses rastros e idéias tornam nossa mente muito complicada. Quando fazemos uma coisa com a mente clara e livre de complicações, não temos idéias ou sombras, e nossa atividade é vigorosa e direta. Mas quando fazemos algo com uma mente complicada, isto é, envolvida com outras coisas ou pessoas, nossa atividade se torna muito complexa.

A maioria das pessoas tem ideias duplas ou triplas numa mesma atividade. Existe um dito: "Caçar dois passarinhos com uma pedra só." Isso é o que habitualmente as pessoas tentam fazer. Porque querem caçar pássaros demais, acham difícil concentrar-se em uma só atividade e podem não caçar pássaro algum! Essa maneira de pensar sempre deixa sombras na atividades das pessoas. Na realidade, a sombra não é o próprio pensamento. Claro que muitas vezes é necessário pensar, ou preparar-se para agir. Mas o pensamento correto não deixa sombras. Pensamento que deixa rastros provém de uma mente confusa e relativa. Mente relativa é a que se estabelece a sim mesma em relação a outras coisas, autolimitando-se. É essa mente pequena que cria idéias de ganho e deixa rastros. 

Nossas atividades não devam deixar rastros. Não devemos nos apegar a ideias fantasiosas ou a coisas bonitas. Não devemos ir em busca de algo bom. A verdade está sempre à mão, ao seu alcance.

Shunryu Suzuki (Mente Zen, mente de principiante)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

ZAZENKAI

ZAZENKAI


16 de junho de 2012 (Sábado)
Horário -  7h00 às 18h00  

- almoço às 12h00 - restaurantes próximos ao Zendo Brasília

Local: Zendo Brasília - 307 Norte - Bl. B - sala 109

Valores:  R$ 20,00 - membros 
                     R$ 30,00 - não membros

Inscrições: Aida Kakuzen - aidaravi@yahoo.com.br




"Se pudéssemos viver sem expectativas, jamais ficaríamos desapontados. O desapontamento é a violação das expectativas, e muito do desespero que as pessoas sofrem vem dessa violação. A etmologia da palavra expectativa  é ex, que significa "fora de", e espectore, que significa "olhar". Ter expectativa, portanto, significa olhar para fora de si mesmo. As espectativas afastam-se "daquilo que é" e se voltam para aquilo que será ou que deverá ser. A prática do Zen vai exatamente na direção oposta."
(Albert Low)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O zen é simplesmente zazen

O zen é simplesmente sentar-se, o Zen é simplesmente zazen.

Para muitos, o Zen é uma religião da Ásia entre tantas outras mas, se cresceu no seio da mais antiga tradição budista, é como a água viva que jorra sempre fresca, sempre renovada. Sempre atual, sempre vivo, recria-se a cada instante. O Zen não é raciocínio, nem teoria, nem idéia. Não é conhecimento que se possa apreender através do cérebro, é tão-somente uma prática. Essa  prática é zazen, meditação, o ato de sentar-se com perfeição, recriação de si mesmo e compreensão do verdadeiro eu; não é nem austeridade nem mortificação; é o verdadeiro acesso à paz e à liberdade.

A verdadeira revolução, a do nosso espírito, gerada pela prática do Zen, filosofia profunda cuja essência não podemos atingir só pelo pensamento lógico, orienta-se para o interior.

O Zen outra coisa não é senão a prática de zazen; Zen significa concentração do espírito e Za: sentar-se

(Taisen Deshimaru)

AVISO

Em observância à recomendação do Decreto Distrital, as atividades do Zen Brasília serão temporariamente suspensas, inclusive a Jornada de Z...