segunda-feira, 30 de julho de 2012

O nirvana é ver, de modo total e completo

Algumas pessoas acham que a doutrina dos despertos é niilista, como se ela afirmasse um tipo de nada. Como se, de algum modo, o nirvana fosse uma queda em um tipo de esquecimento sereno, um cinza flutuante, à deriva, num mar sem limites. Isso não é nirvana.

Lembre-se de que tudo o que vemos, ouvimos, sentimos e pensamos é fluxo constante de mudança. Nada dura. Ansiamos pela permanência e, como resultado, sofremos, pois não achamos nada disso. Parece que há apenas esse ir e vir, esse ir e vir, essa ascensão e queda intermináveis.

Sentimos tudo como movimento. Na verdade, os físicos nos dizem que a matéria nada mais é que movimento. E não importa como a olhemos, em qualquer escala, nossa experiência é sempre de movimento, de mudança.

Isso é verdadeiro para tudo no mundo físico, incluindo o nosso corpo. Cada célula - na verdade, cada átomo de cada célula - não revela nada senão esse ir e vir sem fim. Nosso corpo se refaz de momento a momento, e nunca é o mesmo.

O mesmo é verdadeiro para a nossa mente. O contéudo da nossa mente também está em constante movimento. Pensamentos, sentimentos, idéias e impulsos afloram, um atrás do outro; depois florescem e fenecem como flores finda a sua estação.

O nirvana é ver, de modo total e completo, que isso é assim.

(Steven Hagen - Budismo Claro e Simples - como estar sempre atento, neste exato momento, todos os dias - Ed. Pensamento) Steven Hagen recebeu a transmissão do Dharma do mestre Dainin Katagiri, em 1989.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AVISO

Em observância à recomendação do Decreto Distrital, as atividades do Zen Brasília serão temporariamente suspensas, inclusive a Jornada de Z...